A casa mais assombrada da Inglaterra. Conheça os mistério e a verdadeira história do vicariato.
FICHA TÉCNICA
Pesquisa, roteiro e produção: Christian Gurtner
PATRONOS
Esse episódio foi possível graças ao apoio de Filipe Rios, Rafael de Carvalho, Daniel Arruda, Christian H. Mendes, Daniel Fontolan, Murilo Rebouças Aranha, Stephanie G. Soares
Conversa dos supostos fantasmas e Marianne na parede
LINKS CITADOS
TRILHA SONORA
Unnatural Situation — Kevin MacLeod
Nervous Piano — Kevin MacLeod
This House — Kevin MacLeod
Dreams Become Real — Kevin MacLeod
Giant Wyrm — Kevin MacLeod
Hush — Kevin MacLeod
Anxiety — Kevin MacLeod
Halls of the Undead — Kevin MacLeod
Ghostpocalypse -3 Road of Trials — Kevin MacLeod
Sneaky Snitch — Kevin MacLeod
Haunted — Ross Bugden
Fictum — Bensound
Ghost Story — Kevin MacLeod
Inner Sanctum — Kevin MacLeod
Fantastic Dim Bar — Kevin MacLeod
Ruínas do Vicariato
BIBLIOGRAFIA
Dunning, B. Borley Rectory: the World’s Most Haunted House?. Disponível em: <https://skeptoid.com/episodes/4053>. Acesso em: 1 fev. 2017.
Hill, A. Hoaxer’s confession lays the famed ghosts of Borley. Disponível em: <https://www.theguardian.com/uk/2000/dec/31/books.booksnews>. Acesso em: 5 fev. 2017.
O Vicariato de Borley
TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO
(As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los)
Ler a transcrição completa do episódio
Reverendo Henry Bull
Inglaterra, 1862.
As obras do vicariato da vila de Borley chegavam ao fim. A grande casa de fachadas irregulares e estilo vitoriano fora erguida pela igreja para o Reverendo Henry Dawson Bull, que junto com sua família, chegara à Borley para assumir a igreja da vila.
Aquela região do Essex era muito tranquila, e a família Bull começava a se acostumar com a mudança e a nova rotina.
Certo dia, no crepúsculo, uma das filhas do reverendo viu uma freira caminhar pelo jardim. Se aproximou para tentar conversar com ela, mas assim que chegou perto a freira desapareceu.
Em várias ocasiões, outros membros da família se assustaram com a visão da freira caminhando no jardim, e algumas vezes, quem estava na casa, no segundo andar, sentia um frio na espinha ao se deparar com a freira o encarando rente a janela.
A família se surpreendeu ao saber que aquela visão fantasmagórica já era conhecida na região, e os habitantes a conheciam como “O passeio da freira”.
Na verdade, havia também muita mais histórias que a família Bull também descobriu sobre aquele lugar.
Primórdios
Inglaterra, século XIV
Uma noviça se apaixona por um monge, de um mosteiro próximo. Começam uma relação proibida e, assim que foram descobertos, quase imediatamente foram punidos: o monge foi enforcado e a noviça foi lacrada viva, no porão do priorado.
Três séculos depois, no mesmo local, fora erguida uma mansão que, então, pertencia a Henry Waldengrave.
Uma freira que havia deixado sua ordem na França, se hospedara num convento próximo à mansão. Não demorou muito, ela conheceu Henry e logo se casaram.
Porém, certa noite, Waldengrave se rompe em um ataque de fúria e estrangula sua esposa. Ele a enterra no porão da casa, onde agora jaziam duas freiras.
Um século depois, no local onde antes se encontrava a mansão, a igreja construiu o vicariato para o Reverendo Henry Dawson Bull.
Baseadas em fatos ou não, essas lendas já existiam muito antes do Vicariato ser erguido.
Acontecimentos estranhos
Pior do que as visões da freira, era a carruagem fantasma que foi vista algumas vezes sendo levada por dois cocheiros sem cabeça. Outras vezes não se via a carruagem, mas se podia ouvi-la durante a noite, em frente ao vicariato. Enquanto dentro da casa sons de passos e objetos caindo podiam ser ouvidos por toda a madrugada.
Após a morte de Henry Bull, seu filho Harry substituiu o pai. Dizem que ele se interessava pelas visões da freira e até construiu uma pequena casa próxima ao local onde a freira fantasmagórica caminhava só para poder se acompanhar o assustador espetáculo enquanto fumava seu cachimbo.
Reverendo Guy Smith
Em 1928 muda-se para o vicariato o reverendo Guy Smith e sua esposa, que também não foram poupados dos eventos da casa.
Certo dia a Sra. Smith limpava a casa e encontrou um pacote que ela sabia não pertencer a eles. Ao abri-lo, descobriu que havia dentro um crânio de uma garota.
Todos os demais eventos que atormentaram os antigos moradores, passaram a acontecer também com os Smith. E quando a Sra. Smith viu a carruagem fantasma, ligou para o jornal The Daily Mirror pedindo ajuda.
O jornal envia à Borley um pesquisador paranormal chamado Harry Price para investigar os fenômenos e, nos dias que passou na casa, vários objeto foram atirados contra ele por mão invisíveis. Ele também pôde testemunhar os já corriqueiros fenômenos da casa.
Já os Smith estavam ficando cansados daquilo tudo. Após um ano morando no vicariato, a filha do casal foi misteriosamente trancada em um quarto, cuja porta não tinha chave. E aquilo foi a gota d’agua para a família, que, finalmente foi embora.
O Vicariato de Borley
Assume a paróquia de Borley e muda-se para o vicariato o reverendo Lionel Foyster e sua esposa Marianne. Era o ano de 1930.
Até então o caso do Vicariato era algo regional, mas com a chegada dos Foyster e os fenômenos que os afligiram, a fama do Vicariato de Borley torna-se global, passando a ser conhecida como “a casa mais assombrada da Inglaterra”.
Reverendo Lionel Foyster
Certa madrugada, a casa estava em total silêncio. Todos dormiam. De forma sutil, um ranger de tábuas seguiu até o quarto do casal. Marianne é jogada violentamente no chão por um atacante invisível.
Tais ocorrências passaram a acontecer constantemente. Marianne era vítima de tapas, pedradas e empurrões invisíveis.
A nova família pareceu incomodar as entidades que assombravam Borley. Em especial Marianne, que fora vítima de praticamente todos os ataques.
De repente o mais bizarro ocorre: escritos fantasmagóricos começam a surgir em uma parede. O primeiro dizia “Marianne, por favor ajude”. Marianne escreveu embaixo “Não consigo entender, por favor me conte-me mais” e mais escritos quase inteligíveis surgiram abaixo.
O reverendo Foyster tentou exorcizar a casa por duas vezes, mas não teve sucesso, sendo até mesmo atacado durante as tentativas.
Ele manteve um diário no qual registrava todos os fenômenos que aconteciam na casa e enviou para o investigador paranormal Harry Price, que contabilizou mais de duas mil ocorrências só com os Foyster.
Através de Harry Price e as notícias publicadas no The Daily Mirror, a fama da casa se espalhou por todo o mundo.
Harry Price
Dizem que a família Foyster também não aguentou mais ficar na casa e mudou-se de lá.
Pouco depois Harry Price, o investigador paranormal — alugou o vicariato para ele e colocou um anúncio no jornal recrutando 48 pesquisadores voluntários para ajudá-lo na investigação dos fenômenos da casa.
Dentre as atividades dos pesquisadores, estavam também as sessões espíritas, onde se comunicavam com os espíritos que ali habitavam.
Duas entidades se comunicavam mais, uma delas era Marie Lairre, a ex-freira que fora morta pelo marido. Ela implorava para que achassem seus ossos para que tivesse um enterro cristão e assim pudesse descansar.
Havia outro espírito que se comunicava, seu nome era Sunex Amures. Ele era mais agressivo e sua última ameaça foi a de que botaria fogo no vicariato naquela mesma noite e que os ossos da vítima de assassinato seriam, assim, revelados.
O Incêndio
A casa não pegou fogo naquela noite. Mas, por alguma ironia do destino, quase um ano depois, o atual proprietário derrubou um lampião que iniciou um incêndio que destruiu o Vicariato.
Enquanto as chamas consumiam a casa, várias pessoa afirmaram terem visto uma freira em uma das janelas.
Era o fim do Vicariato de Borley.
Pouco tempo depois as ruínas da casa foram demolidas e todo o entulho retirado, deixando somente um grande buraco na área.
Era o momento perfeito para que o investigador paranormal pudesse escavar a área. Ele assim o fez, encontrando, em 1943 os ossos de uma jovem mulher, que foi enterrada em um cemitério próximo. Marie Lairre finalmente encontrava a paz, fechando a história da casa mais assombrada da Inglaterra.
Dejà-vu
Vocês se lembram da Mansão Winchester no episódio VII? Então se preparem!
—
Antes de 1929, quando o primeiro artigo sobre a casa fora publicado no Daily Mirror, não havia nenhuma história ou caso registrado de qualquer fenômeno no Vicariato. Todas as histórias de antes e depois da construção da casa foram divulgadas somente com a publicação de dois livros de Harry Price, tratando dos fenômenos do vicariato, o qual ganhou muita notoriedade com o caso.
Porém, o que passou batido é que Harry Price não era bem um pesquisador. Ele fez carreira como ilusionista e contabilizou inúmeras fraudes e embustes durante sua vida.
É importante saber isso pois toda a história de fantasmas do vicariato estão em volta de Harry.
Com um pouco mais de investigação descobriu-se inúmeras contradições sobre os fatos narrados por Harry e o testemunho dos envolvidos.
Pra começar, o caso da freira que selada no porão, não era um caso do vicariato, e sim uma história de um livro que o reverendo Bull lia toda noite para seus filhos.
A família Smith também contradiz a história contada por Harry e diz que saiu dali porque a casa estava em más condições e o encanamento era pré-histórico.
Marianne Foyster posteriormente disse acreditar que a maioria dos fenômenos eram peças de autoria de seu marido e Harry Price.
Um antigo morador do Vicariato escreveu um livro contando como os fenômenos eram criados pelos moradores da casa que se divertiam vendo o mundo se arrepiar com as supostas assombrações, já que diariamente a casa era notícia em algum jornal de Inglaterra e de outros países.
Até mesmo o incêndio se tornou suspeito. A seguradora, após a investigação, conclui que o incêndio foi criminoso, e não um acidente. E para ficar tudo mais suspeito ainda, o então dono da casa participou das escavações com Harry Price. Escavação essa que não convenceu os céticos, já que em poucas horas o investigador paranormal encontrou a ossada. E dizem que os jardineiros que estavam fazendo a escavação afirmaram que o único osso que encontraram foi a mandíbula de um porco.
E assim, mais uma vez, fantasmas se mostraram algo muito lucrativo.
Único mistério
Mas ainda tem um último detalhe:
Sabe o morador da casa que escreveu um livro desmentindo tudo? Ele afirmou que houve pelo menos uma coisa que não foi planejada por ninguém e que nunca conseguira explicar.
Durante uma sessão espírita, todos os sinos de chamada dos criados foram tocados de uma só vez, o que, por si só era impossível, e ainda por cima todas as pessoas da casa estavam naquela sala.
Então uma espécie de relâmpago implodiu dentro da casa vindo de todas as paredes e todos os membros presentes tiveram uma paralisia que durou cinco segundos, alguns ficaram temporariamente cegos.
Se o que esse autor conta é verdade, esse é o único caso realmente inexplicável.
não são supostos fantasmas.tudo foi verdade.