Um enigma no Arizona que já perdura por décadas sem solução
Ficha Técnica
Roteiro: Christian Gurtner Produção e narração: Christian Gurtner
PATRONOS
Gabriel Gaspar WannaPlay George Fernando Belém Bezerra Silton Filipe Chaves
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Transcrição do Vídeo
(As transcrições dos episódios são publicadas diretamente do roteiro, sem revisão, podendo haver ainda erros ortográficos/gramaticais e, assim, pedimos que marquem os erros e deixem uma nota para que possamos corrigí-los)
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Há mais de trinta anos um mistério toma as páginas do Arizona Daily Wildcat, um jornal universitário da Universidade do Arizona.
No dia 1 de maio de 1981 um despretensioso, porém incompreensível anúncio fora publicado numa das páginas do jornal.
Em agosto, daquele mesmo ano, um outro anúncio parecido foi feito, mas dessa vez com escritos copiados de um manuscrito sumério de mais de 3000 anos.
No ano seguinte, novamente no primeiro de maio, um novo anúncio é publicado, e dessa vez continha, além da já publicada frase em chinês simplificado, um rosto sorridente desenhado, o que se tornaria uma espécie de assinatura.
De forma curiosa os anúncios continuaram — e continuam sendo — publicados todos os anos, fielmente no primeiro de maio e, alguns outros, em outras datas, como uma espécie de complemento ou até dica.
Alguns desses anúncios são extremamente complexos e ocupam páginas inteiras do jornal — o que significa que, quem quer que fosse o autor, possui dinheiro de sobra para gastar em seu estranho quebra-cabeça.
Os anúncios obscuros também mostravam que o autor, ou talvez grupo de autores, tinha grande conhecimento ou pesquisou incansavelmente as áreas de matemática, criptografia, referências históricas, teologia e simbologia.
Mas qual seria o objetivo desse enigma? Pra que alguém gastaria uma grande quantidade de tempo e dinheiro publicando uma charada que há mais de trinta anos, ninguém consegue resolver?
Algumas respostas para essas perguntas acabam gerando mais mistérios ainda. E é aí que a história começa a ficar mais intrigante:
Até os anos 90 o enigma nada mais era que algo regional publicado num jornal e talvez não recebesse muita atenção. Mas com o início da popularização da internet, as coisas mudaram: em 1995, Brian Hance, um recém chegado estudante de jornalismo e ciência da computação na Universidade do Arizona, começou a se interessar pelo estranhos anúncios publicados no Wildcat.
Já em 1997 Brian trabalhava diretamente para o jornal, onde então teve melhores ferramentas de pesquisa para desvendar o mistério, consultando arquivos, edições passadas e então descobrindo que o enigma já durava uma década.
Tentou também descobrir quem era o autor dos anúncios, mas não conseguiu.
Sem nenhuma chance de desvendar a charada, Brian publicou um website com todas as informações que possuía, bem como o andamento de sua pesquisa e pedindo, assim, ajuda para as pessoas para tentar desvendar o mistério.
Em 1999 o mistério fica mais estranho. Brian passa a receber emails e cartas das pessoas envolvidas no anúncio, com dicas e alertas mais estranhos que os próprios enigmas. Numa das cartas, ele recebeu uma moeda antiga que parecia vir do oriente médio.
Fica claro também que há um prêmio, em algum lugar há um cofre onde dentro está o prêmio para aquele que resolver o enigma.
Em seu website ele também divulga todas as cartas e emails recebidos do remetente, que representa um grupo que agora têm um nome:
“O Orfanato”
De forma direta ou indireta, O Orfanato enviava dinheiro ou moedas antigas para que Brian mantivesse o website e vez ou outra cobrava de Brian a falta de novas atualizações no site. Esse interesse do misterioso grupo pelo website de Brian talvez se deve pelo motivo de Brian ter sido o primeiro a compartilhar em larga escala e conseguir assim muitos adeptos para solucionar o mistério.
Porém, décadas depois, o enigma continua sem solução.
Principal suspeito
De acordo com uma antiga gerente de anúncios do jornal, o homem que os publica, pelo menos a partir da década de 90 é um advogado de Tucson, hoje com mais de 60 anos.
Indagado ele afirma ser somente um intermediario do Orfanato e tudo o que faz é publicar no jornal o que lhe passam. Ele também se nega a dizer se é ou não um membro do grupo.
Mas as suspeitas vão mais longe: membro do Mensa, a sociedade de pessoas com Q.I. muito elevado, o advogado também tem gradução em filosofia e doutorado em teologia, além de já ter feito parte também de sociedade matematicas, estatísticas e históricas, . Em seu escritório de advocacia, é possível encontrar livros sobre criptografia, simbologia, idiomas, história e em sua parede há hieróglifos e manuscritos hebreus.
Tudo isso é muito óbvio. Tão óbvio que cria mais perguntas: porque alguém criaria enigmas de alto grau de complexidade para esconder a identidade e ao mesmo tempo deixaria evidências claras de sua autoria em seu próprio escritório depois de ter sido identificado como contratante dos anúncios?
A razão pode ser um erro crasso ou, como ele mesmo diz: somente uma isca para esconder o verdadeiro autor.
Hoje muitos dizem que advogado é um lunático e que os anúncios são somente parte de sua loucura. Ou simplesmente um passatempo obscuro onde não há solução para o enigma e somente charadas que não levam a lugar algum.
Num dos anúncios mais recentes, em 2014, há talvez uma outra evidência de o enigma ser de autoria de uma pessoa só. A já considerada assinatura com a cara feliz está, dessa vez, calvo. Seria a representação do envelhecimento do autor?
Porém, Brian Hance, o principal pesquisador sobre o May Day Mystery, e vários outros caçadores de tesouros que conheceram o advogado afirmam que ele não é o autor.
Até hoje os anúncios misteriosos continuam sendo publicado no primeiro de maio de cada ano e alguns outros complementos em outras datas. Brian continua a receber cartas e emails do Orfanato. E o mistério também continua.
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